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A conversação como alicerce da prática pedagógica

Publicado porCleonilton Souza08/10/201816/06/2020Publicado emArtigosTags:Comunicação, Diálogo, Pedagogia, Práxis
Conversação como alicerce da prática pedagógica

O mundo dos arautos
Na série Roma, há um personagem que anuncia os acontecimentos da Roma daquela época. Em volta do mensageiro há pessoas curiosas, querendo saber das novidades.
Nos tempos atuais o educador assume um papel parecido com deste personagem: de compartilhar o que conhece com os outros.
Então quando se pensa em sala de aula, a imagem do professor-expositor emerge: há uma pessoa no centro, que conhece um assunto, que sabe falar, que é superior aos demais seres humanos: os educandos.
O mundo da (ciber) cultura
Mas a nossa época nos sinaliza outras formas de relacionamento em sala de aula, pois há pessoas construindo filmes, postando criações fotográficas domésticas, criando enredos para narrar a própria vida e escrevendo os próprios textos.
Elas estão parafraseando e parodiando nas mídias sociais. Elas viraram o repórter do dia, emitem opinião sobre as leis, compartilham soluções alternativas para restabelecimento da saúde, opinam sobre as questões políticas. Elas não esperam que alguém venha escrever a biografia delas. Elas estão cada vez mais escrevendo sobre si.
Sinais dos tempos midiáticos
Esses são sinais de que há necessidade de mudança em sala de aula.
Nós educadores precisamos aproveitar essa tentativa de protagonismo dos cidadãos, que é tosca para uns, mas salutar para outros, e criar situações de participação efetiva dessas pessoas na construção da humanidade.

Nossa era é de nuvens e nuvens de informações. Há mensagens em todo tempo e em todo lugar, por isto já não é mais mérito dos educadores a centralidade da informação.
Precisamos lidar com isto; não vendo como um problema, mas como uma grande oportunidade para desenvolvimento do homem contemporâneo.
A utopia da comunicação dialógica
Imaginemos um ambiente de aula com educandos e educadores em interações de diálogo, quando o discurso não se traduz em falas de monopólio, de um que tem o comando da comunicação e os outros são os fiéis seguidores.
Neste mundo da dialogia, o discurso se traduz em bidirecionamentos sucessivos proporcionados por turnos de fala que se alternam de acordo com o contexto, de acordo com o discurso coletivo que está sendo construído.
Comunicação com diálogo, pelo diálogo e para o diálogo
Há muito a humanidade propõe a abordagem comunicativa por meio do diálogo. Isto não é de agora. No tempo de Confúcio, de Sócrates, de Platão e de outros grandes pensadores já havia a proposição comunicativa responsiva.
Comunicação responsiva no sentido da Economia, como se fosse uma moeda de duas faces intercambiadas para o homem trocar entre si ideias e valores. Comunicação para a transitividade, em que as mensagens vão e voltam em movimentos de irradiação e retroatividade.
Afinal de contas estamos nos tempos da interação e da interatividade, e os homens querem falar entre si tanto em situações face a face, quanto em situações mediadas pelas tecnologias da informação e da comunicação.
Mas não é esta a situação cotidiana de sala de aula e há até educadores que discursam em defesa da “construção do conhecimento”, mas terminam por direcionar a conversação para a comunicação expositiva e unilateral – do educador para o educando: sem volta.
Dialogar para aprendizagem pressupõe desenvolver competências de busca constante de comunicação horizontalizada para estabelecer com os interlocutores a formação de seres singulares que estão juntos para a promoção da aprendizagem.
Dialogar para a vida
Dialogar é o posicionamento político de permitir ao outro se expressar e comunicar-se de forma significativa para o desenvolvimento humano.
O educador terá de abrir mão do discurso-exposição em favor do discurso-conversação. Abrir mão disto resulta em cessão de poderes.
Este contexto exigirá do mediador apropriação de competências relacionadas à formação do ser para o mundo da dialética.

Dialética da pergunta e da construção significativa do conhecimento; em outras palavras: criar espaços de participações do outro  com a realização de atividades organizadas a partir de questões e problemas, invertendo a estratégia discursiva do afirmar para o perguntar-afirmar-perguntar…
Acordar o discurso-conversação
O discurso-exposição é um paradigma didático. E como todo paradigma necessita ser questionado para que a humanidade evolua, avance, descubra outros patamares de construção do conhecimento.
Chegou a hora de emergir das práticas do discurso-exposição e criar oportunidades para a construção efetiva do discurso-conversação.
Até a próxima!


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